A terapia neural é uma prática terapêutica ainda pouco difundida no Brasil. Ela nasceu na Alemanha na década de 1920 e é muito popular na Europa.
A Terapia Neural se propõe a neutralizar os Campos Interferentes, “irritações” que ocorrem no sistema nervoso autônomo desencadeando sintoma ou enfermidade. O Sistema nervoso autônomo influencia todo corpo, e sua função está relacionada à manutenção da homeostasia (equilíbrio do organismo), controlando funções como a respiração, circulação (frequência cardíaca e pressão arterial), controle de temperatura e digestão. Além disso, o SNA é o principal responsável pela inter-relação do corpo com o ambiente e adaptação às alterações de temperatura, como frio e calor.
“O organismo vivo é um sistema capaz de promover auto-regulação, ele tem capacidade de reciclar matéria e energia continuamente. Sendo assim, dinamismo, reciclagem e adaptação são conceitos fundamentais para a dinâmica da vida. O organismo necessita de sistemas que intercomuniquem todas as células e que regulem o seu funcionamento, no sentido de dar uma unidade, garantindo um funcionamento orquestrado.”
O que é um Campo Interferente
São fontes de intoxicação energética e química que comprometem funções normais do nosso organismo.
“Quando ocorre instabilidade da membrana celular e, tipicamente, desencadeiam-se respostas anormais no Sistema Nervoso Autônomo, podem surgir irritações locais no tecido, com o potencial de desencadear desestabilização no SNA (disautonomia) localmente ou sistematicamente.”
Durante a vida sofremos cotidianamente traumas, lesões na pele que formam cicatrizes e que acabam gerando interrupções nos circuitos neurais. Alguns exemplos: cicatrizes cirúrgicas de cesariana, apêndice, vacinas ou cicatrizes causadas por fraturas, ou mesmo tatuagens.
Existem outras formas de criar campos interferentes quando nos alimentamos mal e nossos órgãos internos entram em estado de estresse. Nossas cascatas bioquímicas se alteram, o uso crônico de medicamentos também pode gerar um campo interferente estressando o organismo, assim como poluição ambiental e alterações emocionais. Isso deixa claro o quanto viver é delicado e também a grande capacidade do organismo em se adaptar ao meio.
Objetivo da Terapia Neural
“Remoção dos bloqueios que prejudicam o intercâmbio de informações e fazem desenvolver estímulos irritativos para a rede neural; reativar os mecanismos de regulação que o próprio organismo produz, ou seja, as suas próprias reações de autocura, para desenvolver a sua atividade e levar a uma nova ordem, através da sua própria força vital.”
Como é realizada a Terapia Neural?
Após minuciosa avaliação física é aplicado em cicatrizes na pele, pontos de acupuntura ou outras áreas do organismo injeções com subdoses de procaína.
“A injeção de procaína induz a uma tensão elétrica sobre a membrana celular (290 mV), que, por sua vez, se torna um poderoso desbloqueador e favorecedor do funcionamento tecidual normal. Após o efeito da procaína, as células retornam ao seu potencial elétrico de repouso na membrana de forma fisiológica.”
Isso leva à possibilidade de recuperação da função em todos os circuitos do SNA (neural, humoral, celular, hormonal, etc.).
O que é a procaína?
“É um éster derivado do ácido para-aminobenzóico (PABA) e do álcool di-etil-amino-etanol (DEAE). O PABA é parte da família da vitamina B que ajuda as células do corpo a formar sangue e metabolizar proteínas. Ela atua na repolarização da membrana celular, restabelece a função orgânica fisiológica normal, regula a circulação e exerce influência direta sobre as funções vitais celulares.” Em doses altas tem ação anestésica, o que não é o caso no âmbito da Terapia Neural.
Vantagens da Terapia Neural
A Terapia Neural é minimamente invasiva, sem grandes contra-indicações ou complicações.
O método é eficaz no tratamento de:
- desequilíbrios emocionais e físicos;
- stress;
- dores agudas e crônicas;
- insônia e fadiga;
- transtornos no ciclo menstrual, menopausa;
- falta de concentração;constipação intestinal;
- tendinites, fibromialgia, hérnia de disco, cefaléia.
O tratamento é feito por profissionais da saúde habilitados, que devem, através de avaliação física e de conversas, conhecer seus pacientes com objetivo de descobrir a história por traz da sua queixa, isso passa pela identificação de traumas passados e bloqueios emocionais que possam ter levado à alteração do sistema nervoso autônomo.
Um trauma físico, emocional ou uma cicatriz de cirurgia costuma ser um campo de interferência. É como se lá ficasse uma memória. Isso faz com que o corpo crie bloqueios energéticos.
Bibliografia:
- O elo perdido da medicina. Eduardo Almeida e Luís Paezê. Ed. Imago, 2007
- Terapia neural odontológica. Joel Alves. Ed. Águia dourada, 2019
Alberto Bastos