Vasos lo

ALBERTO BASTOS

Total de 16 vasos:

  • Um para cada meridiano principal;
  • Um para o Vaso Governador (Du Mai);
  • Um para o Vaso Concepção(Ren Mai);
  • Grande Lo do Baço pâncreas;
  • Grande Lo do Estômago.
    São mais superficiais, que os canais principais, se ramificam em pequenos ramos que partem do ponto Lo (ou Passagem ou Conexão).
  • Estas redes de canais espalham-se sobre extensa área, conectando-se a diversos tecidos, pequenos capilares (anastomoses ou vênulas).
  • Os Vasos Lo são unidades funcionais que realizam funções específicas dos meridianosprincipais.

CARACTERÍSTICAS GERAIS:

FU LO : São capilares que distribuem Qi nos tecidos e formam uma rede protetora noexterior, tendo por função nutrição e defesa. São comandados pelos canais Tendinomusculares, pelo Pulmão, pelo Vaso Governador e pelo Vaso concepção.
SUN LO: Pequenos vasos que distribuem QI e líquidos, promovem nutrição, circulação de
líquidos drenam os excessos, estabelecem as conexões fisiológicas dos Zang Fu.
A passagem pelo Triplo Aquecedor é feita pelos SUN LO, mas é regulada pelo Pulmão. A
distribuição de Qi e líquidos é comandada pelo Triplo aquecedor e pelo Grande Lo do
Estômago. E18
XUE LO: Pequenos capilares que participam da nutrição de órgãos, vísceras e tecidos
assim como os outros vasos que veiculam sangue, são dominados pelo Grande Lo do
Baço. B21
GRANDE LO DO BAÇO : Distribui sangue, beneficia a parede torácica e abdominal e
regula a circulação de sangue nos XUE LO. Circula através de pequenos capilares que
começam e se formar no ponto 21BP e se distribuem por todo o hemi-corpo.
LO TRANSVERSAL: Apresenta seu ponto Lo e um Vaso Lo transversal comunicante com o
meridiano principal acoplado, de tal forma que entre um par de acoplados existem dois
canais de comunicação entre eles que partem dos pontos Lo. Este vaso cruza e se
comunica com o Ponto Fonte oposto. Temos 12 vasos LO transversais, que correspondem
aos 12 meridianos principais. Alguns autores acreditam que a comunicação é realizada
por ressonância vibratória de um canal sobre o outro. Funcionam como ponte de ligação
capaz de favorecer o equilíbrio entre os pares.
Na sua utilização devemos levar em conta plenitude ou vazio em um determinado
canal principal.
Exemplo : avaliando os pulsos chegamos a conclusão de que o canal do Intestino Grosso
está deficiente, portanto teremos que tonificá-lo. Para isso, utilizaremos o IG11, por ser
o ponto de tonificação deste canal. Porém, se quisermos complementar esta técnica,
tonificaremos também o Ponto LO do canal acoplado, P7 no caso, para passar energia do
canal do Pulmão ao Intestino Grosso. Harmonizaremos o fonte do canal vazio, IG4, no
caso para permitir a entrada da energia procedente do canal principal do Pulmão
através do LO transversal deste último.
LO LONGITUDINAL: Derivam dos 12 meridianos principais, do Vaso Governador e do Vaso
Concepção, do Grande Lo do Baço e do Grande LO do Estômago. Cada um apresenta
trajeto específico e não apresenta relação com o LO transversal.
Estes vasos apresentam importância dentro da sintomatologia do canal e de sua esfera
de influência.
Se distribuem por áreas corporais que estão implicadas principalmente com atividade e
contato do homem com o exterior: Aparelho locomotor, (membros superiores e
inferiores, pés e mãos) e a cabeça, através da atividade consciente e orifícios
senhoriais, equilíbrio, aparelho respiratório e fonador, pele, aparelho digestivo, orifícios
de excreção, órgãos sexuais externos.
CANAIS LO LONGITUDINAIS:
INTESTINO DELGADO 7 : Particularmente indicado para tratar dor no cotovelo, dor no
ombro, perda de força articular, perda de tônus nos músculos do braço no trajeto do
canal, problemas de pele no trajeto do canal.
CORAÇÃO 5: Desconforto diafragmático, deficiência do Qi do coração. Apresenta efeito
marcante sobre a língua sendo um ponto muito importante para tratar afasia, úlcera
bucal, gosto amargo na boca, insônia.
TRIPLO AQUECEDOR 5 : Síndrome de obstrução dolorosa do braço, ombro, e pescoço,
inflamação nos ouvidos, enxaqueca temporal por ascensão do Yang do Fígado, flacidez
da musculatura do braço e cotovelo.
CIRCULAÇÃO-SEXUALIDADE 6 : Dor torácica, contração no peito, dor cardíaca, angústia
torácica. Rigidez na nuca e pescoço, clavícula dolorida e fixada, irritabilidade.
INTESTINO GROSSO 1: Tendência a cáries dentárias, inflamação da gengiva, surdez, dor
ao longo do canal por invasão de vento frio ou calor, no caso de vento calor, pode-se usar
cones de moxa.
PULMÃO 7 : Calor na palma da mão e no punho, dor no ombro. É um ponto de grande
influência sobre a cabeça devendo ser utilizado para dispersar edema na face,
respiração curta, polaciúria (urinar varias vezes em pequena quantidade).
BEXIGA 58: Obstrução nasal, dor de cabeça e na região dorsal, dor ciática
principalmente se ela fica localizada entre o meridiano da bexiga e o meridiano da
vesícula biliar, epistaxe, coriza, indicado para hemorróida.
RIM 4 :Depressão por deficiência do Rim, lombalgia crônica por deficiência do Rim.
VESÍCULA BILIAR 37 :Pernas e pés gelados, beneficia os olhos, melhorando a visão, sendo
esta a sua principal função, principalmente se decorrer da Fogo do Fígado .
FÍGADO 5 : Dor na região do canal do Fígado, forte ação no tratamento da região genital
derivado da Estagnação do Qi, urina turva, secreção vaginal amarelada, dor e ardência
durante a eliminação da urina.
ESTÔMAGO 40: Fleuma obstruindo a Mente gerando problemas mentais, insanidade e
epilepsia, fraqueza nas pernas.
BAÇO PÂNCREAS 4 : Deve ser usado sempre em tonificação. Dor abdominal, diarréia,
vômito, distensão do abdome, deficiência de sangue. Afeta a circulação dos doze
meridianos e também pode afetar a circulação dos numerosos vaso capilares espalhados
pelo tórax e abdome. Abre o Chong Mai e se relaciona com o BP21- Grande Lo do Baço.
GRANDE LO DO BAÇO PÂNCREAS – BP 21: Controla todos meridianos pequenos de
conexão de sangue através do corpo, pode ser usado para dores generalizadas
decorrente da estase de sangue nos meridianos de conexão , tendo como sintoma dor
muscular, acúmulo de ácido láctico, dor tipo tendinite, articulações doloridas após
atividade física. Comanda os Vasos XUE LO.
GRANDE LO DO ESTÔMAGO- E18 : Dor epigástrica e na região do tórax, favorece a
lactação, com grande influência nas mamas, sendo utilizado para nódulo mamário,
displasia pré-menstrual e mastite, favorece a passagem do Qi e líquidos pelos três
aquecedores.
LO DO VASO GOVERNADOR VG1:Rigidez na coluna com tensão pára-vertebral, sensação
de peso e dor na nuca, congestão na cabeça com peso e dificuldade de raciocínio,
coluna dolorida.
LO DO VASO CONCEPÇÃO VC15 : Estende-se por todo o abdome, ventre dolorido ou com
desconforto, patologias indeterminadas no baixo ventre e no abdome.
TÉCNICA DE SANGRAMENTO DE VASOS LO
Emprego:
Edema agudo nos casos de torsão, distensão muscular e contusão.
A sangria local é considerada a melhor maneira de reduzir o edema.
Procurar capilares superficiais visíveis, usando agulha de sangria ou martelo de sete
pontas. Estimular ou produzir pequena quantidade de sangue. A agulha não deve
penetrar mais do que dois ou três milímetros. Pode ser feita a compressão manual para
ajudar a expelir sangue, passar algodão úmido de álcool para facilitar o sangramento.
Se não for possível identificar capilares locais perfurar o centro do edema ou da região
de hiperemia. Em pequenos edemas um único ponto talvez seja suficiente. Áreas
maiores talvez precisem até quatro ou cinco perfurações.
OBS. Não usar esta técnica em edemas ortostáticos ou linfoedemas. Nunca perfurar
diretamente nódulos linfáticos inchados ou tecidos infeccionados.
Não é recomendado o uso de ventosa após perfurar o ponto de sangria, pois se a
aplicação ultrapassar alguns segundos, o inchaço pode aumentar.
TÉCNICA DE USO DE PONTOS LO PARA SINTOMAS NO TRAJETO CORRESPONDENTE AO VASO
LO
Emprego :
Quando o edema é mais sutil, mais crônico e menos evidente do que aquele da técnica
precedente a sangria.
Exemplo: Traumatismos e dores que cronificam, dor e edemas crônicos articulares ou
linfoedenopatia.
Tratam-se de condições que indicam a presença de Qi estagnado, acumulado fora dos
meridianos principais, correspondem a sinais e sintomas que sugerem estagnação de xue
e fleuma.
PROCEDIMENTO PRÁTICO:
Selecionar o vaso LO cuja trajetória mais se aproxima da área comprometida, manipular
a agulha no Ponto LO, objetivando provocar uma forte sensação de distensão.
Isto expulsará a estagnação acumulada no trajetória do correspondente Vaso LO.
Pode-se usar outros pontos para tratar a síndrome total.
TÉCNICA DE USO DOS PONTOS LO PARA SINTOMAS LOCAIS ENVOLVENDO MERIDIANOS
ACOPLADOS INTERNO EXTERNO
– Uma das características clínicas mais valiosas do Ponto LO é sua habilidade de tratar
sintomas locais . Na medida que o Ponto Lo ativa a rede tridimensional dos Vasos LO
constitui um dos melhores pontos distais para tratamento de sintomas, tais como
dores e edemas, que se espalham abrangendo os trajetos de dois meridianos
acoplados internos, externos.
– É esta característica de sintomas, abrangendo meridianos acoplados que favorece a
utilização do ponto LO. Neste caso, não há necessidade de tratar o sintoma edema,
nem tão pouco, a existência de estagnação de sangue ou fleuma.
PROCEDIMENTO PRÁTICO:
Agulhar o Ponto LO ou Pontos LO dos meridianos cujo trajeto mais abrange os pontos
doloridos ou a região com distensão.
Este ponto LO deve ser combinado com um eficaz tratamento loca,l abrangendo os
pontos ASHI em todos os meridianos ou martelo de sete ponta, os pontos GEKI dos canais
também devem ser puncionados
EXEMPLO:
Epicondilite lateral com dores abrangendo ambos os meridianos do Intestino Grosso e do
Pulmão. Mas que predomina na parte Yang do Braço.
Usar IG6.